A arte como elo
Cultura Reportagem

A arte como elo

Em pleno Palácio de S. Bento, a arte de Débora Pax, expressa através da exposição Pax.04 – Inês Farsola, uniu deputados de diferentes quadrantes políticos num dos corredores da Assembleia da República. Com Correio da Feira e Quadrante Viagens como mecenas, as telas e instalações da artista feirense, inspiradas na obra Farsa de Inês Pereira, de Gil Vicente, que celebra 500 anos desde a sua criação, foram alvos de elogios

Após ter estado em exibição em Tomar, por si só um icónico local tendo em consideração o autor da obra em que Débora Pax se inspirou, a exposição Pax.04 – Inês Farsola seguiu para a Casa da Democracia de todos os portugueses.

Em pleno Palácio de S. Bento, onde todos os dias se debate a atualidade e o futuro do país, através de sessões de plenário na Assembleia da República, é a obra de uma artista feirense que dá cor a um dos corredores, pelo qual passam deputados e demais políticos, e também assessores, membros da imprensa e visitantes de todos os pontos de Portugal.

Os deputados deixaram de lado a ‘capa’ política que envergam e uniram-se para assistir à inauguração de Pax.04 – Inês Farsola. Por ali passou inclusive o próprio presidente da Assembleia da República, Augusto Santos Silva, mas ainda antes da cerimónia oficial, não conseguindo desviar os olhos das obras da autoria de Débora Pax.

Após uma sessão de plenário, alguns deputados deslocaram-se ao local onde as obras se encontram em exibição, para encerrarem o seu dia de trabalho rodeados de arte. Os deputados de Santa Maria da Feira com assento no Parlamento, Susana Correia – que teve um papel de extrema importância em levar a exposição até à Assembleia da República – e António Topa Gomes, fizeram questão de marcar presença, visivelmente orgulhosos em verem o Concelho representado, através da arte, naquele que é um icónico edifício. A pedido, a deputada do PS e o homólogo do PSD abraçaram-se para as objetivas captarem um momento para a posterioridade.

Débora Pax assumiu a palavra para dar início à exposição e, com muita emoção à flor da pele, referiu ser “um privilégio e uma honra” ver as suas criações ali expostas, agradecendo a “oportunidade em mostrar a todo o país” o seu trabalho, inspirado num artista – Gil Vicente – que assume ser um dos seus preferidos.

Seguiu-se a intervenção da vice-presidente da Assembleia da República, Edite Estrela, que, em tom de brincadeira, considerou o título Inês Farsola algo atrevido, salientando, agora em tom mais sério, que “todas as oportunidades são boas para lembrar mestres como Gil Vicente, que era, de facto, genial”. “Foi acusado de plágio e em resposta escreveu a Farsa de Inês Pereira, calando as críticas, com uma obra genial, sem se inspirar em trabalhos alheios”. Finalizou o seu discurso dando os parabéns à artista Débora Pax.

Imediatamente depois, os presentes aproveitaram para visualizar, uma a uma, as obras da artista de Santa Maria da Feira, e para escutarem, da própria, explicações detalhadas sobre cada uma, entre telas e instalações.

Edite Estrela (à esquerda), vice-presidente da Assembleia da República, Débora Pax (ao centro) e Susana Correia, deputada do PS na Assembleia da República

É um privilégio e uma honra. Obrigado pela oportunidade

Débora Pax, autora de Pax.04 – Inês Farsola

Todas as oportunidades são boas para lembrar Gil Vicente. Parabéns

Edite Estrela, vice-presidente da Assembleia da República
Assine agora
Marcelo Brito
JORNALISTA | Curioso assíduo, leitor obsessivo, escritor feroz e editor cuidadoso, um amante do desporto em geral e do futebol em particular.
    X