João Oliveira desvenda as alegadas irregularidades da Junta de Freguesia S. João de Ver
Política

João Oliveira desvenda as alegadas irregularidades da Junta de Freguesia S. João de Ver

Novo capítulo no imbróglio em torno do executivo malapeiro

Após meses de ‘burburinho’ e troca de acusações entre elementos do PSD com responsabilidades no núcleo, na Assembleia e na Junta de Freguesia de S. João de Ver, João Oliveira, presidente da JSD malapeira, desvenda em comunicado as alegadas irregularidades cometidas pelo executivo.

Tudo aconteceu após a realização da Assembleia de Freguesia de S. João de Ver, de carácter extraordinário, realizada ontem, quinta-feira, dia 20. O presidente Nuno Albergaria emitiu um comunicado nas redes sociais próprias, desmentindo as supostas irregularidades detetadas na gestão da Junta de Freguesia, de 2018 a 2022, por João Oliveira, após verificação documental feita pelo próprio.

“Sabem quantas irregularidades mostraram? Zero. Repito, zero. Andaram meses a apregoar que era uma vergonha, que havia muitas irregularidades e na hora de mostrar tudo ao público, apenas fizeram questões, não mostrando qualquer irregularidade. Mas mesmo que houvesse, as irregularidades são para serem supridas e ninguém faz tudo bem”, escreveu.

Nuno Albergaria esclarece ter respondido “a tudo o que soube responder”. “Uma Assembleia ferida de ilegalidade, uma vez que os signatários não entregaram nenhum documento, obrigatório por lei, e mesmo assim permitimos que se realizasse”, prosseguiu.

Horas depois, foi João Oliveira, membro eleito pelo PSD para a Assembleia de Freguesia, que após ter ‘estalado o verniz’ perdeu o apoio partidário, a emitir um comunicado, elencando as alegadas dúvidas e irregularidades do executivo da Junta, visando Nuno Albergaria.

Quanto às dúvidas, “não explicou porque existem faturas de restaurantes em rubricas como ‘trabalhos especializados’ e faturas em restaurantes de luxo”. “Não explicou, tendo mesmo negado, sobre a existência de faturas a advogados que trabalham ou estão afetos ao escritório de advocacia da sua esposa e irmão, quando elas existem. Quando confrontado sobre o porquê de a Junta de Freguesia ir de propósito a Estarreja colocar pneus, à empresa onde trabalhou um dos elementos do executivo, mentiu, dizendo que foi para colocar pneus ao trator, quando pela fatura se consta que não são pneus de trator”, lê-se.

Relativamente às irregularidades, “não explicou sobre a existência de ordens de pagamento sem a respetiva fatura, e como tal ilegal, entre as quais restaurantes”. De seguida, referiu “irregularidade no concurso público da compra de trator”.

“A compra do trator foi feita por concurso público de consulta prévia. A primeira consulta (13/07/2022) foi revogada depois de uma entidade convidada ter denunciado irregularidades e a não conformidade com o código dos contratos públicos. A segunda consulta (22/07/2022) foi efetivada à empresa Agrofeira, para a compra de trator da marca Deutz-Fahr, com carregador frontal da marca Agriduarte. Nas duas consultas, participou sempre a empresa Agrofeira, tendo apenas modificado de um concurso para o outro as outras duas entidades convidadas. O presidente não explicou como é que já existia fatura a 01/07/2022, precisamente do mesmo trator, com a mesma matrícula, com o mesmo carregador frontal, à mesma empresa, antes da abertura do primeiro concurso. Por já haver fatura antes do primeiro procedimento concursal, e dado que este foi revogado, tiveram de pedir uma nota de crédito à empresa, ainda dentro do prazo para as empresas convidas apresentarem as suas propostas. Para todos os efeitos, no fim, o trator escolhido e comprado foi aquele que já havia sido faturado antes da abertura de qualquer concurso. Confrontado com toda esta problemática, o presidente não soube responder, tendo reiterado que não existiam irregularidades”, descreve.

João Oliveira garante que “de forma a não comprometer qualquer diligência a ser feita pelas instâncias certas, muitas outras e graves irregularidades não poderão ser, para já, publicamente expostas”, reiterando que “irá ser realizada uma denúncia junto do Ministério Público para que seja averiguada a responsabilidade administrativa, financeira e criminal dos atos de gestão da Junta de Freguesia”.

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Marcelo Brito
JORNALISTA | Curioso assíduo, leitor obsessivo, escritor feroz e editor cuidadoso, um amante do desporto em geral e do futebol em particular.
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