Viagens 101: De Amadores a Exploradores, dicas para todos
Opinião

Viagens 101: De Amadores a Exploradores, dicas para todos

Quem não se lembra de se deslocar a uma Agência de Viagens (ou Operador Turístico) para reservar uma viagem, uma estadia, um cruzeiro? Até há muito pouco tempo, sendo suficiente recuar ao início do século XXI, esta era a abordagem mais exequível, senão a única, para a marcação de férias. Com ela, uma pessoa necessitava de investir tempo em deslocações entre agências, na procura pela oferta mais adequada aos seus interesses, para não falar de que se ficava sujeito às opções de catálogo, levando a que o poder de decisão, numa primeira fase de planeamento, ficasse concentrado nos profissionais do setor e nas agências.

Fruto da evolução da Internet e dos avanços no mundo digital, atualmente é possível definir-se roteiros e planear toda uma viagem sem sair de casa, apenas com o recurso a um computador e alguns euros na carteira. Isto alavancado ao crescimento da acessibilidade ao nível dos transportes, principalmente do aéreo, e do alojamento (destaque para a criação da aplicação AirBnb). O receio e os obstáculos em viajar transformaram-se numa vontade imensa de conhecer o globo, e daquilo que está para além da fronteira.

Numa fase inicial de planeamento, e tratando-se de viagens para fora do país de residência e que necessitem de deslocação aérea, pode se revelar, por vezes, difícil a escolha da opção mais adequada, quer estejamos à procura de uma solução rápida ou de baixo custo. Costuma-se dizer que tempo é dinheiro. Sendo assim, já existem várias plataformas que são autênticos agregadores de informação e que nos poupam imenso tempo de pesquisa, apresentando, numa só página, todas as travessias disponíveis de um ponto A para B, sendo possível a aplicação de diferentes filtros: datas em que pretendemos viajar; com ou sem escala; voos num determinado intervalo de preços, entre outros aspetos. Um bom exemplo disso é o website Skyscanner. Dois aspetos que são importantes de considerar: existem casos em que por vezes os voos apresentados são vendidos por um retalhista, sendo que no preço do voo está incluída uma comissão ou taxa de serviço. Neste caso, é sempre importante fazer a comparação com o preço da companhia aérea, pois este pode ser menor, compensando efetuar a compra diretamente com a companhia. Outra questão é a importância de efetuar a pesquisa em separador privado (modo anónimo). Desta forma, o motor de busca não guarda os dados de pesquisa e as tarifas praticadas não aumentam (isto acontece porque deteta-se o interesse do utilizador numa dada viagem, e quanto mais tempo ele demorar a realizar a compra, mais o preço aumenta). Em travessias terrestres, também já existem opções que permitem viajar a um preço low-cost, e semelhantes, em termos de tempo despendido, ao carro. A aplicação de autocarros FlixBus é um bom exemplo disso.

Ao nível do alojamento, trata-se de uma escolha muito mais pessoal, que varia de pessoa para pessoa. Por um lado, ao se optar pelo conforto, privacidade e proximidade ao centro, é normal as tarifas serem bem mais elevadas, em comparação com a escolha de um quarto ou apartamento partilhado, longe do centro. É importante ter-se em consideração o nível de acessibilidade oferecida em termos de transportes para o centro e o tempo despendido para viagens. De pouco (ou nada) adianta conseguir um bom preço no alojamento, se ficarmos distantes do centro e das atrações que pretendemos visitar, principalmente quando se trata de férias de curta duração.

Já em termos do roteiro e daquilo que não se deve mesmo perder quando se vai a um determinado destino, existem vários recursos disponíveis online: artigos de blogue, fóruns de discussão, redes sociais, etc., onde as pessoas partilham as suas experiências e apresentam o ‘Best Of’ do destino. Pode-se também recorrer à página do posto(s) de turismo do destino, ou comprar os típicos livros Citypack, Top 10 ou guias de turismo.

Em conclusão, o segredo para o planeamento bem-sucedido de uma viagem, é fazê-lo com antecedência, para ter acesso a tarifas mais atrativas (transporte e alojamento), definindo, de antemão, um orçamento disponível para toda a viagem, fazendo uma gestão eficiente dos recursos financeiros, prevenindo situações adversas. Deve-se também estudar a cultura do país, as suas particularidades e restrições. Atualmente, viajar está ao alcance de todos; viajar com inteligência e de forma otimizada, nem tanto.

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Gustavo Tavares Pé D'Arca
COLUNISTA
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