Obras nas Caldas de S. Jorge custam mais 33% do que o previsto
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Obras nas Caldas de S. Jorge custam mais 33% do que o previsto

Tinha prazo de 18 meses, já passaram dois anos e ainda não foi concluída. A empreitada de requalificação da envolvente às Termas de S. Jorge, que ficará em cerca de um terço mais cara do que o previsto pela Câmara Municipal, sofreu nova prorrogação. A conclusão está prevista para o início de junho

As obras na freguesia de Caldas de S. Jorge, que irão transformar arquitetonicamente a zona envolvente às Termas, arrancaram a 12 de abril de 2021. O prazo de execução fixava-se em 18 meses, porém, dois anos depois, há nova prorrogação.

E não foi só o tempo de duração dos trabalhos que se estendeu mais do que o previsto. Também o valor da empreitada, de cerca de um milhão e 700 mil euros, não foi suficiente. Os contratempos com que os técnicos e responsáveis pela obra se foram deparando fazem com que o preço fique mais caro em cerca de 33%.

Na reunião do executivo, votou-se a aprovação de trabalhos complementares (270 mil e 907 euros) e de trabalhos a menos (53 mil e 814 euros) da empreitada. Na introdução do tópico, o edil Emídio Sousa contextualizou os restantes vereadores, dando detalhes da intervenção.

“Uma prorrogação de 45 dias, numa obra que está ‘nos finalmentes’, em que se ‘esventrou’ completamente o subsolo. Ao abrir as valas, houve necessidade de refazer o que estava previsto e de alterar o revestimento dos pavimentos. Tivemos um inverno com cheias que evidenciaram a necessidade de fazer intervenções mais profundas. Os técnicos entenderam que devíamos fazer uma intervenção que garantisse, no futuro, que situações de cheias não obriguem a mexer outra vez na infraestrutura. Foi o que se fez”, elencou.

Segundo o autarca, foram inclusive “encontrados furos antigos de exploração termal”, que surpreendeu os técnicos, havendo a “necessidade de mexer nas dimensões das tubagens de drenagem das águas pluviais”.

Em resposta, o socialista Sérgio Cirino salientou os valores acrescidos que a Autarquia terá de pagar pelos trabalhos. “Temos quase 33% de obras mais. Numa obra de um milhão e 700 mil euros, são cerca de 550 mil euros a mais. Estamos a falar de um terço do valor. Quanto maior a obra, maiores as surpresas, mas os trabalhos a mais deviam ser equivalentes ao valor da obra”. Emídio Sousa detalhou serem “32,79% de trabalhos a mais”.

O socialista voltou a assumir a palavra. “Fez-se uma discussão pública e algumas questões foram faladas, como a dos furos termais, o problema é que ninguém ligou. Acredito que surpresas aconteçam sempre, mas o centro não foi intervencionado assim há tantos anos. Algo correu mal. É um obra que tem andado aos solavancos, com discussão popular”.

Opinou que a intervenção, que se estende há mais de dois anos, “quase matou” o centro da freguesia. “Está deserto. Esperemos que tenha um resultado tão grande que atraia de novo a população”. Em contraponto, Emídio Sousa explicou que “obras deste género vão ter sempre trabalhos complementares”, reforçando que “a opção política de substituir tudo para não rebentar os pavimentos mais tarde foi boa”, considerando ainda que a intervenção está a deixar o local “extraordinariamente bonito”.

Prevê-se, agora, a conclusão dos trabalhos entre o fim de maio e o início de junho. Os trabalhos complementares foram aprovados com cinco votos favoráveis do PSD e quatro contra do PS, que é “contra as obras a mais”.

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Marcelo Brito
JORNALISTA | Curioso assíduo, leitor obsessivo, escritor feroz e editor cuidadoso, um amante do desporto em geral e do futebol em particular.
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