Núcleos da IL criticam escolha para cabeça-de lista por Aveiro
Política

Recomendaram Carlos MartinsNúcleos da IL criticam escolha para cabeça-de lista por Aveiro

Oito dos dez núcleos da Iniciativa Liberal (IL) do distrito de Aveiro (Águeda, Anadia, Arouca, Aveiro, Ílhavo, Ovar, Santa Maria da Feira e S. João da Madeira) mostram-se “surpreendidos” com a indicação de Mário Amorim Lopes, deputado municipal no Porto, para encabeçar a lista do círculo distrital de Aveiro, após terem recomendado o feirense Carlos Martins

Os grupos de coordenação local da Iniciativa Liberal de Águeda, Anadia, Arouca, Aveiro, Ílhavo, Ovar, Santa Maria da Feira e S. João da Madeira emitiram um comunicado conjunto a apontar “fraquezas internas que colocam em causa o partido perante os seus membros e opinião pública em geral”. Em causa está a indicação do nome de Mário Amorim Lopes, para encabeçar a lista do círculo distrital de Aveiro, ao invés do feirense Carlos Martins, que foi o representante eleito pelos referidos núcleos.

A 29 de novembro, os núcleos territoriais foram convocados para apresentarem nomes para encabeçar os primeiros lugares da lista às eleições legislativas do seu círculo eleitoral, tendo ainda sido promovida uma reunião via Zoom com todos os núcleos pelo secretário geral da IL nos dias 23 e 26 de novembro, “onde foi detalhado o processo pelo qual os núcleos deveriam proceder para propor uma lista, assim como critérios de seleção e necessidade de justificar os diversos nomes”, pode ler-se. Ora, a 3 de dezembro, em Águeda, realizou-se um encontro dos núcleos do distrito de Aveiro, tendo estado presentes os núcleos de Águeda, Anadia, Aveiro, Espinho, Ílhavo, Ovar e Santa Maria da Feira.

“O objetivo desse encontro passou pela apresentação, partilha de informação, discussão e troca de opiniões sobre as pessoas a propor e o seu respetivo perfil. Levando em consideração os nomes sugeridos pelos vários núcleos e apos analise do perfil de cada pessoa, a confirmação da sua disponibilidade para integrar a lista e demais informações partilhadas ou aprofundadas durante e após a reunião, foi entendimento da maioria dos núcleos (Aveiro, Anadia, Ílhavo, Ovar, Santa Maria da Feira e São João da Madeira) apresentar uma sugestão conjunta que seguia o método proposto pela Comissão Executiva”, explicam os grupos que subscreveram o comunicado, revelando que elegeram o feirense Carlos Martins como cabeça-de-lista. “A aclamação foi fundamentada com base num currículo invejável, reconhecimento regional e, acima de tudo, pela sua idoneidade e capacidade de assumir a função de deputado. Mais acresce a experiência profissional em organismos públicos e políticos (como autarca IL) que lhe conferem um reconhecimento público”.

No entanto, os núcleos subscritores do comunicado foram surpreendidos com o anúncio de outro candidato. “Num distrato completo pelo processo que havia sido proposto pelo secretário geral, e desconsiderando totalmente a proposta feita pelos núcleos, sem qualquer validação, consulta ou comunicação prévia, foram os núcleos subscritores desta carta surpreendidos, através da comunicação social, com o anúncio de que a lista por Aveiro seria encabeçada por um membro que não milita em nenhum núcleo do distrito, não é natural ou reside no distrito, e não tem ligação aos membros do distrito, nem participa nas atividades da IL no distrito, o que vai completamente contra os princípios que a Iniciativa Liberal apregoa e defende para o país”, criticam, considerando que a situação representa “uma total desconsideração pelos processos e por com quem localmente trabalha para que a mensagem de mérito da IL chegue todos os dias aos nossos concidadãos do distrito de Aveiro”.

“A escolha de um membro que não é um militante distrital é um insulto aos membros do distrito (por advogar a aparente impreparação de qualquer um dos seus membros para representar o partido na Assembleia da República) e uma afronta aos cidadãos do distrito de Aveiro que dificilmente se sentirão representados por um agente estranho ao seu distrito”, acrescentam.

Face ao exposto, não duvidam que a Iniciativa Liberal “saiu fragilizada” e que a situação “decorre de uma decisão centralizada, que fere o conceito de autonomia dos núcleos”. “O processo está ferido, mas aguardamos que a CE apresente as justificações formais para a escolha do seu candidato e a sua apresentação aos núcleos, dado que à data de hoje, nem um simples contacto foi estabelecido para dar início a uma campanha em conjunto”, concluem.

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Márcia Soares
JORNALISTA | Licenciada em Ciências da Comunicação. A ouvir e partilhar as emoções vividas pelas gentes da nossa terra desde 2019.
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