Mariana Mortágua defendeu aumento do salário mínimo no Europarque
Política

Mariana Mortágua defendeu aumento do salário mínimo no Europarque

Militantes, simpatizantes e apoiantes do Bloco de Esquerda uniram-se a Mariana Mortágua, Moisés Ferreira, Nélson Peralta e Tiago Paiva, no comício do Bloco de Esquerda, realizado no Europarque, na passada terça-feira

Em Santa Maria da Feira, Mariana Mortágua partiu da premissa de que “o salário mínimo não retira da pobreza uma mãe que viva sozinha com o seu filho”, para falar de baixos salários. “Quase 70% vive com menos de 1000 euros brutos, a diferença de salário médio entre homens e mulheres chega aos 20%, e as mulheres ganham em média menos 13%, um terço dos trabalhadores portugueses não consegue fazer frente a uma despesa imprevista”, ilustrou, recorrendo a dados.

Para a candidata do Bloco de Esquerda às próximas legislativas, “é indigno e inaceitável este abuso que faz com que alguém trabalhe todo o dia e todo o ano e continue a ser pobre”. Por isso, “é tempo de pagar essa dívida que se arrasta há demasiado tempo”. Destacou que foi “um acordo do Bloco com o PS” que permitiu um aumento real do salário mínimo, mas que “continua a ser baixo, porque o PS, agora sozinho, abandonou o objetivo de um aumento real” e “o aumento do salário mínimo foi, a cada ano, sendo ‘comido’ pelo aumento dos preços”. Por isso, o partido defende uma subida intercalar do salário mínimo este ano para 900€, e nos seguintes, um aumento real de 50€ acima da inflação”. Ainda neste parâmetro, o partido almeja implementar “uma regra simples: que nenhum administrador ganhe num mês mais do que um trabalhador ganha num ano”. Para além disso, quer lutar “por descanso, pela compensação justa pela vida ao contrário” dos trabalhadores por turnos e dar “mais força aos contratos coletivos”.

O cabeça de lista pelo círculo de Aveiro, Moisés Ferreira, também tomou da palavra, no decorrer do comício. Apontou o dedo ao PS, referindo que “os últimos anos de governação socialista foram uma sucessão de crises, nomeadamente a crise da habitação, com a especulação desenfreada a que nunca quis pôr travão; a crise nas escolas, com 40.000 alunos ainda sem pelo menos um professor; a crise climática; e na saúde”. Moisés Ferreira acrescentou que esta última “é uma marca indelével da maioria absoluta do PS”, com “um número recorde de pessoas que não têm equipa de saúde familiar”.

Já o deputado eleito pelo Bloco de Esquerda na Assembleia Municipal de Santa Maria da Feira, Tiago Paiva, abordou as propostas da Aliança Democrática para o distrito, referindo que passam por “zero habitações públicas ou a custos controlados em dez anos; água privatizada das mais caras do país; uma rede de transportes públicos quase inexistente; e um desprezo total pela dignidade e pelos direitos das pessoas”. Uma política “que deixa quem precisa para trás, que exclui os pobres, os desprotegidos e que nos querem fazer acreditar que é assim que o país anda para a frente”.


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Márcia Soares
JORNALISTA | Licenciada em Ciências da Comunicação. A ouvir e partilhar as emoções vividas pelas gentes da nossa terra desde 2019.
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