Hospital S. Sebastião instala sistema de captação de gases anestésicos no bloco operatório
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Hospital S. Sebastião instala sistema de captação de gases anestésicos no bloco operatório

A unidade hospitalar explica que a solução integra tecnologia que facilita a captura de gases anestésicos e permite aos hospitais cumprir metas de redução da sua pegada de carbono e sustentabilidade ambiental

O Hospital S. Sebastião acaba de implementar uma solução tecnológica de captação de gases anestésicos que, segundo refere, impede a sua libertação para o meio ambiente, contribuindo para a redução da pegada de carbono. A implementação desta tecnologia tem por base um protocolo entre o Centro Hospitalar de Entre o Douro e Vouga (CHEDV) e a Baxter Médico Farmacêutica.

Segundo explica a unidade hospitalar, os três anestésicos inalatórios mais utilizados em procedimentos cirúrgicos, em regime de internamento ou ambulatório, apenas uma pequena fração (menos de 5%) é metabolizada pelo doente e, quando exalados, permanecem no ar e contribuem para a emissão de gases de efeito de estufa na atmosfera. “Os coletores desenvolvidos que se ligam aos ventiladores permitem a captura 99% do gás anestésico halogenado exalado do doente no bloco operatório, prevenindo a sua libertação na atmosfera”, sublinha. Depois de cheios são substituídos por novos coletores e recolhidos para processamento numa unidade especializada. O gás capturado pelo coletor é extraído, separado e esterilizado para ser utilizado como nova substância ativa para gases anestésicos. Uma vez purificado e reembalado, no futuro, espera-se que seja novamente distribuído nos hospitais, em novas embalagens, criando um sistema completo de economia circular.

Com esta tecnologia de captação de gases, os hospitais podem optar por um anestésico inalatório com base nos benefícios clínicos que melhor respondem às necessidades do doente e aos objetivos de sustentabilidade aliados aos cuidados de saúde.

Em nota de imprensa, Dulce Brito, responsável pelo grupo de trabalho ‘CHEDV – Uma instituição Hospitalar Verde’ refere que “a utilização desta solução inovadora trará benefícios não apenas para o doente, que se refletirão na melhoria dos resultados clínicos, ao mesmo tempo que dará resposta aos desafios de redução de resíduos e da sustentabilidade ambiental”.

Embora a utilização de agentes anestésicos inalatórios tenha um contributo relativamente reduzido para a emissão de gases com efeito de estufa quando comparada com outros procedimentos, a Baxter está a dedicada a investigar tecnologias inovadoras que permitam reduzir estas emissões. “Na Baxter trabalhamos em conjunto com os hospitais no sentido de aumentar a sua eficiência, ao mesmo tempo que desenvolvemos soluções inovadoras que permitem reduzir o impacto ambiental e contribuem para a sustentabilidade da cadeia de valor, assim como para salvar e prolongar a vida do doente”, explica Filipe Granjo Paias, da Baxter Portugal.

“A aposta na sustentabilidade dos recursos, dos procedimentos, das técnicas e dos equipamentos utilizados é uma preocupação crescente do CHEDV, tendo sido reconhecido com uma menção honrosa na categoria ‘Excellence Award for Green Hospitals’, na edição de 2022 do Congresso da Federação Internacional dos Hospitais (IHF-International Hospital Federation)”, finaliza o diretor do serviço de Anestesiologia do CHEDV, Marcos Pacheco.

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Márcia Soares
JORNALISTA | Licenciada em Ciências da Comunicação. A ouvir e partilhar as emoções vividas pelas gentes da nossa terra desde 2019.
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