Gestão da rede viária do concelho? Seja o que Deus quiser…
Opinião

Gestão da rede viária do concelho? Seja o que Deus quiser…

A gestão da rede viária em Santa Maria da Feira dá sinais que não existir. O caos crescente nas vias públicas, em especial as urbanas, começa a ser preocupante.

A gestão da via pública tem de ser feita com soluções objetivas de aplicação imediata, perante as novas exigências de crescimento de serviços dentro da área urbana, a funcionalidade viária nas entradas e saídas, em especial na cidade da Feira, está a tornar-se caótica pelo que não pode continuar a ser adiada. As longas e demoradas filas de trânsito criadas em algumas ruas da nossa cidade, desesperam os automobilistas.

Dado o mento público de conflitos de trânsito nas acessibilidades ao Hospital S. Sebastião, na zona do nó da Cruz, Passionista e Picalhos, etc. já abordados neste espaço de opinião, continuam sem respostas.

As poucas obras de vulto de interesse municipal realizadas nas principais redes viárias do nosso concelho, têm sido levadas a efeito pelas IP-Infraestruturas de Portugal (caso das rotundas na 223 e ligação a Escariz-Arouca), visto que a execução de vias estruturantes pelo nível do poder local é praticamente nula.

Nessa preocupação, parece ser incontestável para os cidadãos que consideram que a funcionalidade da rede viária urbana é fundamental na qualidade de vida das pessoas, bem como para a defesa e proteção do ambiente, dado o precioso combate que dá aos efeitos nefastos do dióxido de carbono sobre o ambiente.

Será oportuno relembrar, que há mais de 30 anos, estão plasmadas no PDM (Plano Direto Municipal), propostas de rede viária para o desenvolvimento da coesão do concelho, que não saem da gaveta!

O exemplo que hoje é trazido para apreciação e reflexão trata-se do congestionamento do trânsito que se verifica diariamente ao longo da Rua 5 de Outubro, desde a Fonte da Eiras até ao entroncamento do Cavaco, e que faz ligação a S. João de Ver (Eixo Feira-Nogueira) desgastante para a paciência dos automobilistas quando são forçados a percorrer aquela artéria.

Todavia, será importante relembrar a existência de uma proposta de rede viária para o local, com uma solução que contempla uma via alternativa, definida no PDM de 1993 e que continua na gaveta. Concretizando, trata-se de uma ligação da Avenida 25 de Abril (junto ao quartel do Bombeiros, até à rua 5 de Outubro – Cavaco (junto às bombas de gasolina-saída para S. João de Ver–via Feira-Nogueira). A construção desta via solucionaria o descongestionamento na Avenida 5 de Outubro com ligação direta à N223.

Ainda no domínio da construção desta estruturante solução viária, fiz há cerca de 20 anos um desafio ao presidente da Junta de Freguesia de Santa Maria da Feira, meu particular amigo, que não conseguia concretizar esta obra… Infelizmente para ambos, hoje constatamos, que ele não conseguiu cumprir essa promessa, apesar de ser da mesma família partidária que lidera o poder municipal.

As entradas e saídas da cidade da Feira para o seu exterior pararam! Há mais de 20 anos que não surge uma obra de vulto desse plano estratégico! Esta e outras ligações e melhoramentos com impacto na rede urbana da responsabilidade da Autarquia pararam no tempo!

O planeamento viário para desenvolvimento do concelho de Santa Maria da Feira, definido no PDM 1993, a partir do século XXI, ficou estagnado na gaveta. As previstas vias estruturantes de ligação do Nordeste ao Litoral e de Sul a Norte do Concelho, foram trocadas por obras de cosmética urbana para fins eleitorais!

Os cidadãos desabafam o seu descontentamento, mas sentem-se impotentes em exigir o cumprimento das medidas preconizadas no PDM-dotadas de uma visão estratégica na para rede viária tendo em vista o desenvolvimento de Santa Maria da Feira.

Estas obras de vulto, cuja realização são mito dispendiosas, mas não devem ser encaradas como custos para o erário público, mas sim investimentos com retorno rápido e seguro na qualidade de vida das pessoas e do ambiente.

Por último, somos levados a concluir que a gestão da funcionalidade da rede viária do nosso concelho, será quando Deus quiser, ou seja, irá acontecer, só não se sabe quando, porque a vontade política em responder aos grandes desígnios estratégicos do concelho, estão ausentes nas verdadeiras políticas de desenvolvimento do Concelho de quem nos governa!

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António Cardoso

Antonio Cardoso
COLUNISTA
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