Caminhos florestais ajudam a defender a floresta, mas estão esquecidos em Santa Maria da Feira
Opinião

Caminhos florestais ajudam a defender a floresta, mas estão esquecidos em Santa Maria da Feira

Altas temperaturas em Abril, são um pronúncio de uma tendência para verões mais alargados… Preocupado, o Sr. Ministro da Administração Interna, lembra que os meios de combate aos incêndios são limitados e que é preciso haver prudência e sentido de responsabilidade nos comportamentos das populações. Acrescenta ainda, que o próximo “verão será ainda mais exigente do que foi o de 2022”.

Perante esta sinistra previsão, a probabilidade de parte do território nacional arder depende, essencialmente, da quantidade de combustível acumulado na superfície do solo, independentemente da espécie florestal. A implementação de medidas preventivas de proteção da Florestava é fundamental para a resiliência dos espaços florestais. A gestão ativa nos povoamentos florestais não só reduz o risco de propagação dos incêndios, como também contribui para a diminuição das suas consequências. A limpeza regular da vegetação, ajuda a controlar o combustível que alimenta e propaga o fogo junto ao solo.

Em complemento, a construção de caminhos e corta-fogos internos (faixas de terreno aberto) impede a progressão dos incêndios, permitindo ainda a circulação das equipas de combate para uma atuação rápida e em segurança. A rede viária das florestas serve de suporte à gestão florestal, reduzindo o risco dos incêndios e a sua perigosidade. As infraestruturas florestais, particularmente a sua rede viária, são fundamentais na organização do espaço florestal, com uma importante função na vigilância e defesa da floresta contra incêndios, acompanhadas de descontinuidade na vegetação florestal (faixas de terreno aberto) que impede a progressão dos incêndios e permite a circulação das equipas de combate para uma atuação rápida e em segurança florestais.

Sendo elementos essenciais de suporte à gestão florestal, os caminhos e aceiros devem ser planeados atempadamente e construídos aquando da preparação do terreno, de acordo com o projeto florestal aprovado. Posteriormente, deverão ter manutenção periódica para regularizar o piso e limpar as valas de drenagem. Esta gestão tem sido muito anémica no nosso concelho. A construção de caminhos e aceiros, deve seguir um conjunto de recomendações que inclui a interligação dos caminhos florestais com a restante rede viária da região, para permitir a circulação de veículos no apoio à atividade de instalação, manutenção e exploração florestal, bem como no combate a incêndios;

Os apelos da Proteção Civil ao sentido de responsabilidade dos comportamentos das populações, não tem merecido a devida atenção, acompanhados de um grande distanciamento de muitas Autarquias Locais insensíveis a estas iminentes catástrofes. Sou testemunha de casos de negligências por falta de intervenção da Autarquia Local menorizando os Serviços de Proteção Civil. Em várias reuniões da Assembleia de Freguesia de Caldas de S. Jorge Pigeiros, alertei vezes sucessivas a falta de limpeza dos caminhos florestais designadamente nas manchas de vegetação que abrangem a Quinta da Laje, Barreiro, as Gândaras, as Vales, Corgos, Ribeiro e Guisande. Este pulmão verde, gerador de oxigénio, resultante desta enormíssima mancha florestal, contribuinte para melhor qualidade do ar para Comunidade Feirense não pode ser ignorado. Casos semelhantes acontecem por todo o concelho e que não podem ser adiados e negligenciados.

Estes serviços de natureza simples, solicitados e não foram realizados, estranhamente coincidiram com dois incêndios de grande dimensão, cujos hectares ardidos, podiam ser evitados ou reduzidos, se as acessibilidades a essas matas tivessem sido atendidas com uma simples limpeza de caminhos. Por tudo que foi dito, espero que que esta alerta, sensibilize os nossos Autarcas, de forma no próximo Verão os incêndios nas zonas sinalizadas não regressem! Não deixem destruir os pulmões verdes do nosso concelho, que irradiam oxigénio que melhora a qualidade do ar que respiramos na nossa terra.

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António Cardoso

Antonio Cardoso
COLUNISTA
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