Uma criança terá sido assistida pelo INEM à porta das urgências pediátricas do Hospital S. Sebastião, em Santa Maria da Feira, por estas urgências se encontrarem encerradas. “Esta criança foi levada às urgências pediátricas pela sua mãe por se encontrar com convulsões e febre alta. No entanto, chegadas ao local deram com as urgências encerradas e acabaram por ligar para o INEM”, escreve o Bloco de Esquerda, em comunicado de imprensa.
Para o partido, a situação “exemplifica a grave situação que se vive no Serviço Nacional de Saúde (SNS)” e mostra “como as políticas do Governo estão a degradar o SNS e a criar perigo para a população”. “A incapacidade de manter os serviços em pleno funcionamento e a dependência de horas extraordinárias para lá do limite legal não são admissíveis nem podem ser normalizadas. Não se pode aceitar que no dia-a-dia do SNS existam mais de 30 urgências que não funcionam em pleno, a que se somam 1,7 milhões de utentes sem médico de família e o aumento de tempos de espera para cirurgias e consultas”, reforça o partido, num documento enviado ao Ministério da Saúde.
Lembra que o Bloco de Esquerda apresentou várias propostas, “desde melhorias transversais de trabalho e de carreira para todos os profissionais, passando pela exclusividade e pela abertura imediata de concursos para as instituições do SNS”, antes de caracterizar como “grave” o que aconteceu no Hospital S. Sebastião, temendo “não ser caso isolado”.
Posto isto, o Grupo Parlamentar do Bloco de Esquerda questiona ao Ministro da Saúde o seguinte: “Considera o Governo que é aceitável que em Portugal existam crianças que se deparam com urgências encerradas e que têm de ser assistidas pelo INEM à porta dessas mesmas urgências encerradas? Não esperava o Governo que casos destes viessem a acontecer quando é incapaz de garantir o pleno funcionamento de dezenas de urgências no país? Quantos mais casos deste género estão a acontecer em Portugal? Quantas pessoas não estão a receber os cuidados de saúde de que necessitam com os encerramentos constantes provocados pelo Governo?Quantos profissionais vai o Governo contratar, de imediato, para o Centro Hospitalar de Entre o Douro e Vouga para garantir o pleno funcionamento de todos os serviços?”.
Contactado pelo Correio da Feira, o Centro Hospitalar de Entre o Douro e Vouga (CHEDV) escusou-se a comentar, por “tratar-se de uma questão enviada ao Ministério da Saúde”.
