Alguém tem que pôr ordem no PERM!
Opinião

Alguém tem que pôr ordem no PERM!

A localização do PERM (Parque Empresarial de Reciclagem de Materiais Metálicos) teve um nascimento muito turbulento. Ao ser localizado nos terrenos reservados ao projeto Marva, a decisão foi recebida com enorme surpresa, devido à mudança radical de destino turístico para Parque de reciclagem de sucatas /lixeira de materiais metálicos.

Naturalmente, que esta mudança estratégica de desenvolvimento económico, mereceu uma forte contestação popular, expressa com veementes protestos, através de um abaixo-assinado, respaldados pelas posições assumidas por destacados autarcas das Assembleias Freguesias envolvidas e da Assembleia Municipal.

Apesar de não terem conseguido a reversão da Quinta da Laje para o projeto Marva, conseguiram uma mudança substancial na essência do PERM, ao conseguirem o impedimento da utilização dos seus lotes para indústrias agressivas para o ambiente, do tipo fundições, lixeiras de materiais metálicos, centrais de produção de betuminosos e similares. As provas garantidas destas salvaguardas foram redigidas nos Estudos de Impacte Ambiental – EIA, seguidas nos licenciamentos de unidades industriais, como se pode constatar nos trabalhos em curso.

Na generalidade, estamos em presença de um Parque Empresarial que reúne espaços industriais que primam pela modernidade com preocupações de proteção ambiental orientados por um exigente Regulamento, mas muito frágil quando é invocado a defender os seus princípios.

Presentemente, o PERM está a crescer a bom ritmo, embora mereça algumas recomendações sobretudo devido à ausência ou negligência de fiscalização. Embora o projeto esteja longe da sua conclusão, existem exigências de qualidade do empreendimento por concluir, nomeadamente o Parque de Lazer, a proteção das ‘Pegadinhas da Laje’, a dinamização do edifício administrativo do PERM, não esquecendo a imprescindível necessidade construção da rotunda de acesso à EN1-IC2. A Administração do PERM estrategicamente tem que negociar previamente os terrenos e diligenciar junto da EP-Estradas de Portugal exigindo a execução de uma obra de defesa da segurança do trânsito viário no local. Estas preocupações, cujas concretizações são inquestionáveis dadas as enormes vantagens na valorização do PERM.

Outro sector a valorizar, prende-se as excelentes condições para alojar o Espaço de Formação 2027, que presentemente ministra formação profissional, em instalações provisórias de caracter precário. Começa a ser tempo de aparecer resultados acenados no Projeto PERM.

No exercício de funções de membro da Assembleia da União de Freguesias Caldas S. Jorge/ Pigeiros, tenho constantemente alertado a Junta de Freguesia para estas distorções.

Porém, os motivos principais que me obrigam a manifestar publicamente a minha indignação, prendem-se como a utilização que considero indevida, à luz dos requisitos de utilização dos lotes do PERM.

Concretizando, quem percorrer os arruamentos da zona Oeste/Norte, confronta-se com a utilização com lotes do PERM ocupados com contentores/edificação, envolvidos com depósitos de diversos tipos lixos de materiais da construção civil, postes de betão danificados, diversos lixos materiais não metálicos etc. A imagem daquele local é semelhante a uma “Favela Industrial” incomportável perante o Regulamento do PERM.

Urge parar com estas práticas, sob pena de abrirem precedentes à instalação nos lotes do PERM de mais lixeiras e outros despejos similares. A Administração do PERM não pode permitir que a degradação avance num Parque que se pretende de excelência. O Município de S. Maria da Feira tem de estar atento se pretende que o PERM seja uma marca de grandeza Nacional.

Os empresários, os trabalhadores, os cidadãos em geral estão preocupados com este precedente e apelam à Administração do PERM e à Câmara Municipal que intervenha impedindo a degradação da qualidade urbanística, ambiental perante o presente precedente se dissemine elo PERM. Também a Junta de Freguesias Caldas S. Jorge/ Pigeiros, tem sido alertada destas distorções

Por último, deixa-se a seguinte recomendação:

– Que se mantenha a proposta existente no actual PDM da ligação do Sul do PERM (Nadais) à rotunda de acesso à A32 em Pigeiros. Deve continuar a ser considerada como uma ligação fundamental para a estratégia de crescimento do PERM. Essa via já existe, como caminho florestal!… Curiosamente, consta das pesquisas do Padre Domingos Azevedo Moreira, que este arruamento era uma antiga ligação de Vale de Cambra ao Porto!… Haja um olhar estratégico sobre o PERM virado para o futuro!

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António Cardoso

Antonio Cardoso
COLUNISTA
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